não disse nada quando Monchique ardia e eu me banhava na baía sob um manto de cinzas
calei esse horror amalgamado de trtisteza que vinha desde a estupefacção que me tinha ficado de Pedrogão
calei como costumo, desde pequeninina, silenciar as dores que me são mesmo dolorosas
calaria agora, mas é tempo de deixar sair o pranto e o grito por esse horror que é a incúria
a apagar-nos
a deixar-nos órfãos
de gente que amamos
das árvores com que respiramos
e do que fomos
mal vai o mundo a deixar para os vindourtos este pobre legado de cinzas e maldade
e eu, sem deuses a quem rogar,
sem deuses a quem peça perdão e grite clemencia,
silencio de novo esta imensa mágoa
e procuro, num desespero,
no que de mim resta de fé no Homem,
algum nico de esperança
3 comentários:
Horrível! Perderam-se séculos de História!
beijos
O post de cima não tem comentários?
Então escrevo aqui: Bertold Brecht sempre atual!
Beijos
Aqui se trata o passado com o mesmo descuidado do presente, dando-nos a certeza de que não teremos um futuro promissor. Infelizmente.
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