segunda-feira, 3 de setembro de 2018

incúrias

não disse nada quando Monchique ardia e eu me banhava na baía sob um manto de cinzas
calei esse horror amalgamado de trtisteza que vinha desde a estupefacção que me tinha ficado de Pedrogão
calei como costumo, desde pequeninina, silenciar as dores que me são mesmo dolorosas
calaria agora, mas é tempo de deixar sair o pranto e o grito por esse horror que é a incúria
a apagar-nos
a deixar-nos órfãos
de gente que amamos
das árvores com que respiramos
e do que fomos
mal vai o mundo a deixar para os vindourtos este pobre legado de cinzas e maldade
e eu, sem deuses a quem rogar,
 sem deuses a quem peça perdão e grite clemencia,
silencio de novo esta imensa mágoa
e procuro, num desespero,
no que de mim resta de fé no Homem,
algum nico de esperança

Museu Nacional do Rio de Janeiro
Luzia

3 comentários:

wind disse...

Horrível! Perderam-se séculos de História!
beijos

wind disse...

O post de cima não tem comentários?
Então escrevo aqui: Bertold Brecht sempre atual!
Beijos

Anónimo disse...

Aqui se trata o passado com o mesmo descuidado do presente, dando-nos a certeza de que não teremos um futuro promissor. Infelizmente.

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein