segunda-feira, 7 de março de 2011

genético

se me fosse dado, queixava-se
se bem que soubesse que lhe tinha sido dado isso e outro tanto
saberia, decerto
apenas tinha inscrito, sei lá onde, um melaço, um qualquer uguento que lhe emperrava as células:  recuos e avanços coartados ainda antes que tivesse sido o que quer que fosse
um dom em reverso: o peito feito aos desafios, e no entanto, os pés assentes e as mãos cruzadas numa inatitude
um quase medo, mas nem era isso, que rejubilava, ria, convencia-se, e no final, antes de ter a consciência que era improduto, dizendo ou não palavras, era sempre aquele : hoje não faço, mas amanhã, decerto
e rematava: se me fosse dado
estava-lhe  nos genes

3 comentários:

wind disse...

A preguiça, o esperar sentado, o não viver:)
Beijos

Jorge Pinheiro disse...

As coisas dadas não implicam opção. Temos de aceitar.

francisco disse...

foi-me dado... mas esqueci-me de ir buscar... a gravura.
:S

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein