segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

retorno

A rua tem uma paliçada, lá ao fundo.
Olho o relógio: seis da tarde. Está a ficar escuro. Nem passa um carro. Nem surge gente. Nem gato ou cão vadio.
Vou descendo.
A paliçada é, afinal, um taipal de obra. Tem alguma coisa escrita. Um nome. Não. Apenas um número e a palavra vendo em caracteres enormes.
Eu moro na casa seguinte.
Nem escrevi carta a dizer retorno. Nem disse um dia apareço.
A porta foi pintada de encarnado.
Está só no trinco. Empurro.
Cá dentro faz fresco.
O cão de loiça está no mesmo sítio. Intacto. .
Oiço a voz de Bia:
- Ele nunca mais voltará, garanto-te - e pela casa ecoa o rir de duas vozes.
Eu, a vir de tão longe, saio sem fazer barulho.

2 comentários:

wind disse...

Que solidão!
Beijos

Jorge Pinheiro disse...

Há enganos asim...

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein