Canastreiro de profissão e muito gosto. Fazia-os redondos e grandes, castanhos, de vime ou palma, com tampa e sem tampa e de muitos tamanhos. Fialho Bomdia de seu nome, sentava-se pelas tardes em frente à porta de casa, e desfiava pelos dedos entrançados que dariam ofertas em dia de anos ou um cesto de vindimar bem precisado.
Naquela tarde, a rua estava sem vida. Nem um menino jogando pião à espera de uma companhia, nem mãe catando lêndea em menina; nem sequer o cão Manhoso do Pimenta do forno. Vivalma. Fialho estranhou a calma dessa tarde. E não se enganara: eram apenas quase cinco.
Foi quando viu, deslizando lento como lagarta mole em muro a seguir a chuva: passava um funeral na transversal, quatro casas acima do poial onde ele entretecia palma.
Quem morreria que ninguém disse ao canastreiro?
Nem desandou dois passos para que percebesse quem ía a ser enterrado.
Mal vislumbrou o porte altivo da Cacilda envolta em negro: morrera o Angelino Torpes que a deixava viúva.
Morrera o seu colega de carteira que lhe roubara a mulher que teria sido da sua vida. Fialho Bomdia torceu a palha com esticão certo dos seus oitenta e muitos e encomendou o homem:
- Que cada torrão te pese, grande sacana.
E benzeu-se.
Naquela tarde, a rua estava sem vida. Nem um menino jogando pião à espera de uma companhia, nem mãe catando lêndea em menina; nem sequer o cão Manhoso do Pimenta do forno. Vivalma. Fialho estranhou a calma dessa tarde. E não se enganara: eram apenas quase cinco.
Foi quando viu, deslizando lento como lagarta mole em muro a seguir a chuva: passava um funeral na transversal, quatro casas acima do poial onde ele entretecia palma.
Quem morreria que ninguém disse ao canastreiro?
Nem desandou dois passos para que percebesse quem ía a ser enterrado.
Mal vislumbrou o porte altivo da Cacilda envolta em negro: morrera o Angelino Torpes que a deixava viúva.
Morrera o seu colega de carteira que lhe roubara a mulher que teria sido da sua vida. Fialho Bomdia torceu a palha com esticão certo dos seus oitenta e muitos e encomendou o homem:
- Que cada torrão te pese, grande sacana.
E benzeu-se.
desenrolou mais palma para uma cestinha
3 comentários:
Sente-se a rua sem vida. E o vime na mão.
Um beijo
A gente não esquece!
Escritora a vingança serve-se fria:)
Beijos
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