Aproximou-se. Um nadica só. Correram na direcção certa os dois olhos. Fechou um. O outro deixou-o apontado. Atingia, assim, mesmo no ponto certo. Lá onde queria ver o que via.
O que a ela mesmo mesmo lhe apetecia era gritar. gritar que a deixassem só. mais só do que aquele só que era todo estar todo companhia. aquele só que tanto lhe pedia. Gritar que a deixassem. não um dia. dois. uma semana. Gritar que a deixassem sempre. Que não lhe precisassem. Ou. se o sim. lho não pedissem. Que deslembrassem assim como em desastre que se diz amnésico. ficarem todos despensados dela. Gritar que não estava. encerrara. não para obras balanço remodelação. Não. não estava simplesmente. deixara um bilhete ou nem tal e partira. melhor seria assim - eles desconheciam dela que existia. Nem partida. Nem bilhete. Desconhecimento. Um atrás de tempo .Gritar neste momento era tão só o que lhe apetecia. Mas gritar não resolvia. Fingia. Fingia que via. Olhava.Uma luz. Que nada! O que via era o que supunha ver. No ponto em que assestara o olho só estava uma casa e dentro dela sentada na janela uma menina. Vestia um bibe. Em cada ombro do bibe ela vestia um folho. Ou era asa?
Chegou-se mais. O muro de cal amparou-lhe o corpo. Sentiu-lhe o frio. Sentiu mais. Sentiu o limite ali da aproximação. O muro limitava. O muro empurrava. Encostava e de resposta levava um empurrão. Era assim como se o muro estivesse a dizer daqui para baixo não.
Era! ela estava assim. apertada entre um muro e o resto. Mais. Ela estava numa caixa. Não. Não era uma caixa grande. Muito menos era uma caixa fechada. Nem. Nem de madeira ou metal ou material duro resistente ao abrir. Resistente ao sair de dentro que quer que fosse que lá estivesse. Não. Não caixa onde estava... entalada... dobrada. Essa era simples. Mole. cartão. nem isso. papelão. Entalada. nela estava. Sentia assim como se...se estivesse. Sabia que não estava. Pensava até. Que tinha as peças desencaixadas. Que, a sair, teria que se reconstruir. Um braço aqui, ali um dedo. .É. Se não se cuidasse, a ser assim, inda ficava o médio na ponta onde devia o mindinho estar. Devia ser lindo! É. Via. Só. Plena de vontade de gritar. Isso. Inda assim sorria só de se assim pensar...um mindinho no meio e nas pontas um médio e um polegar.
O olho dela entretanto olhava. E via a menina que estava. Sentada no parapeito da janela. Muito lá longe. Tanto que só com a ver de um olho lhe alcançava. Por isso passou a mão em cima. Tapou o outro. Agora via. Via mesmo bem.
Curioso! destas coisas que a vida tem! depois de tanto olhar com aquele olho que só queria ver e não gritar... gritar era ela que queria.
Depois do olho e do muro e da menina e do bibe...
Curioso...passou-lhe aquele apetecer de ir. Aquele querer que lhe esquecessem.
Até arrepiou de horror um nadica. Um pouco só.
Afinal estava apenas a olhar ao longe.
Lá muito muito tanto de longe estava a menina.
Agora sorria. Olhava. Via. Sorria... em vez de gritar...
E...curiosa vida.
Um choro levezinho suave quase doce escorreu...
Teimoso do choro escorreu daquele e também do outro olho.
Limpou na saia a mão molhada e ficou olhando a paisagem. Com um e também com o outro olho. Olhou com os dois olhos. Depois...sentou no muro a perna. Uma só.
Mais não precisava. E ficou pensando.
Curioso! agora sabia que pensava.
Pois. Pensou que iria... e depois viria... e seria sempre bom ir e vir.
Sempre saber que voltava.
Lá muito longe a luz que vestia de bibe a menina na janela da casa...
sumira devagar.
Ela nem dera por nada.
O que a ela mesmo mesmo lhe apetecia era gritar. gritar que a deixassem só. mais só do que aquele só que era todo estar todo companhia. aquele só que tanto lhe pedia. Gritar que a deixassem. não um dia. dois. uma semana. Gritar que a deixassem sempre. Que não lhe precisassem. Ou. se o sim. lho não pedissem. Que deslembrassem assim como em desastre que se diz amnésico. ficarem todos despensados dela. Gritar que não estava. encerrara. não para obras balanço remodelação. Não. não estava simplesmente. deixara um bilhete ou nem tal e partira. melhor seria assim - eles desconheciam dela que existia. Nem partida. Nem bilhete. Desconhecimento. Um atrás de tempo .Gritar neste momento era tão só o que lhe apetecia. Mas gritar não resolvia. Fingia. Fingia que via. Olhava.Uma luz. Que nada! O que via era o que supunha ver. No ponto em que assestara o olho só estava uma casa e dentro dela sentada na janela uma menina. Vestia um bibe. Em cada ombro do bibe ela vestia um folho. Ou era asa?
Chegou-se mais. O muro de cal amparou-lhe o corpo. Sentiu-lhe o frio. Sentiu mais. Sentiu o limite ali da aproximação. O muro limitava. O muro empurrava. Encostava e de resposta levava um empurrão. Era assim como se o muro estivesse a dizer daqui para baixo não.
Era! ela estava assim. apertada entre um muro e o resto. Mais. Ela estava numa caixa. Não. Não era uma caixa grande. Muito menos era uma caixa fechada. Nem. Nem de madeira ou metal ou material duro resistente ao abrir. Resistente ao sair de dentro que quer que fosse que lá estivesse. Não. Não caixa onde estava... entalada... dobrada. Essa era simples. Mole. cartão. nem isso. papelão. Entalada. nela estava. Sentia assim como se...se estivesse. Sabia que não estava. Pensava até. Que tinha as peças desencaixadas. Que, a sair, teria que se reconstruir. Um braço aqui, ali um dedo. .É. Se não se cuidasse, a ser assim, inda ficava o médio na ponta onde devia o mindinho estar. Devia ser lindo! É. Via. Só. Plena de vontade de gritar. Isso. Inda assim sorria só de se assim pensar...um mindinho no meio e nas pontas um médio e um polegar.
O olho dela entretanto olhava. E via a menina que estava. Sentada no parapeito da janela. Muito lá longe. Tanto que só com a ver de um olho lhe alcançava. Por isso passou a mão em cima. Tapou o outro. Agora via. Via mesmo bem.
Curioso! destas coisas que a vida tem! depois de tanto olhar com aquele olho que só queria ver e não gritar... gritar era ela que queria.
Depois do olho e do muro e da menina e do bibe...
Curioso...passou-lhe aquele apetecer de ir. Aquele querer que lhe esquecessem.
Até arrepiou de horror um nadica. Um pouco só.
Afinal estava apenas a olhar ao longe.
Lá muito muito tanto de longe estava a menina.
Agora sorria. Olhava. Via. Sorria... em vez de gritar...
E...curiosa vida.
Um choro levezinho suave quase doce escorreu...
Teimoso do choro escorreu daquele e também do outro olho.
Limpou na saia a mão molhada e ficou olhando a paisagem. Com um e também com o outro olho. Olhou com os dois olhos. Depois...sentou no muro a perna. Uma só.
Mais não precisava. E ficou pensando.
Curioso! agora sabia que pensava.
Pois. Pensou que iria... e depois viria... e seria sempre bom ir e vir.
Sempre saber que voltava.
Lá muito longe a luz que vestia de bibe a menina na janela da casa...
sumira devagar.
Ela nem dera por nada.
10 comentários:
Inquietante, SeiLá. Vim de lá mais abaixo, daqueles torneados de corpo, apelativos e tudo, e caio aqui num espaço placentário, cheio de introspecção e a noite que já vai tão avançada...
Nã, tenho de vir amanhã, mais sossegado ler esta tua Re/Composição, nem que seja só com um olho.
Entretanto, deixo-te um beijo, que não trouxe rosas...
LINDO!!!
Desculpa não comentar a preceito mas tenho de sair. Recebi primeira missiva (há mais alguma?) e respondi na volta do correio sem qualquer informação negativa.
A morada continua a ser a mesma: baconfrancis@netcabo.pt
Beijinhos e intés!
(se esta morada não entrar diz-me, tá?
Texto difícil este, amiga! Difícil porque peregrinação por estados de alma e fases da vida, difícil porque nos atinge e difícil porque teu. Também como o OrCa eu li ontem à noite e acabei por não comentar, pensando que hoje de manhã a minha cabeça estaria mais fresca para dizer algo com jeito. Mas não sei se estará... Este desejo de gritar, o desejo de ser dispensada das necessidades dos outros, entendo-o completamente! Tal como o medo que esse desejo desperta. Quanto a estar dentro da caixa que facilmente se pode destruir mas que não destruimos por um sem número de razões... também sei e como! Então já te disse tudo. Beijão, mulher.
A tua personagem fez me lembrar eu em certas alturas. às vezes apetece gritar, outras vezes ficar ou voar. E eu grito, às vezes sem gritar, e vou, ficando e ficando às vezes vou! magnifico este texto, para não variar. Beijinho
Rei este texto 3 vezes e continuo sem saber o que escrever, é muito intimista, toca-nos. Que coisa, o passarmos por estas situações, às vezes...beijos:)*
As "viagens" que nós fazemos quando certos estados de alma nos tomam de assalto! Mas, escritos assim desta forma única que tu tão bem sabes, ainda lhe dão uma carga maior!Excelente, seilá! Beijos e votos de um bom fds.
Um conto iniciático, pejado de simbolismos...Magnífico! Bom fim de semana :-)
Dora
www.atrasdaporta.blogs.sapo.pt
Eu tentar, tento!mas nunca vos agradeço do que sinto o suficiente! Um obrigada a todos
Estarreci! Emburreci!
É destes vácuos que falo, quando falo em vácuos. Que estão assim cheios, de se arregalarem os olhos, o um e o outro.
Ai! Gritar me apetecia a mim, quando assim empequeneço! Ai, o que eu gosto de me sentir assim!!!
Remedalho-te!
Kiss, kiss! A escorrer-me de mim para o de ti
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