quarta-feira, 21 de outubro de 2015

só mais um abraço III

no dia 17 foi na capital



foi na livraria Ler Devagar 
no espaço quase mítico da LX Factory


e em torno do livro choveram afectos

reencontros  











esperas

recordações

diz que foi um bom momento...

obrigada a todos e à editora 

e podem ver o que  escreveu o Luís Bento
e a Maria Helena que transcreveu o texto que leu na apresentação e fez uma linda reportagem

o texto que o Joaquim leu

Olá, boa tarde a todos; parabéns, Maria da Fátima!

Tenho contactos literários com a Fátima desde o longínquo maio de 2008, quando eu tinha aderido a uma oficina de escrita na internet e queria o conforto de mais portugueses, numa oficina que era frequentada por uma enorme maioria de brasileiros.
Convidei-a porque a paisagem dos blogues de então era semelhante às páginas de facebook atuais, em que a maioria escreve apenas pensamentos ou desabafos, enquanto que o blogue dela apresentava textos que contavam histórias com enredo, com personagens. E ela aceitou. 

Nem sempre o convívio foi pacífico, porque as nossa escritas são muito diferentes e as nossas conceções de narrativa chocaram algumas vezes. Creio mesmo que se escrevêssemos sobre o mesmo facto específico, talvez não fosse fácil assegurar que escrevíamos sobre o mesmo assunto.

O tratamento que ela dá à história é muito especial, singular. O facto está lá, mas é narrado através do sentir das personagens, através dos pequenos gestos delas, em narrativas muito sentidas. Muitas vezes tive ocasião de lhe dizer que este ou aquele texto dela me tinha criado um nó na garganta. E muitas vezes vi classificar a escrita dela como prosa poética.

Outra característica da escrita dela é o uso das formas verbais. É muito frequente o uso de um futuro imperfeito, revelando, no tempo da peripécia em questão, factos futuros, que a personagem ainda não sabe. («E no abraço que hão-de dar-se, saberás que não são choros que te lavam o rosto, mas tão-somente a chuva que cairá intensa nesse inverno na capital do que já fora um vasto Império.»)

Mas, curiosamente, o narrador nem sempre é omnisciente; muitas vezes revela que também não sabe bem o que vai acontecer ou se a personagem sabe factos passados ou não. Ela usa magistralmente o futuro perfeito composto, que exprime incerteza ou suposições sobre factos passados. («Num dia, Inacinha terá deixado o nó lasso, e o lenço escorregou. E ela a deixar que as tranças se soltassem, ter-se-á sorrido. Terá até desfeito o entrelaçado do cabelo, e terá ficado vestida apenas dele.»)

Este bascular entre tempos, este vai-vem entre acontecimentos a decorrer e memórias da personagem, podem causar alguma dificuldade ao leitor. Mas a Fátima não conta a história para lhe facilitar a vida. As narrativas dela exigem do leitor atenção e empenho, para acompanhar o quê e o como lhe é contado. Mas valem a pena, porque nos meandros da filigrana, com que ela envolve as histórias, há pedras preciosas.

Percebe-se porque é que o narrador nem sempre sabe o que aconteceu ou vai acontecer: porque a autora é ferozmente adversa de qualquer planeamento. Sentiria isso como uma inverdade, antes de mais para consigo própria. Como terá dito alguém, depois de saber a história já não vale a pena escrevê-la. A história nascerá assim de algum estímulo que só ela sabe e depois vais crescendo por um sentir, todo feito de atenção aos sussurros do seu íntimo, que faz lembrar o sopro da musa dos Antigos. Acho que já a vi dizer que as personagens tomaram conta da história. E, pelo que tenho lido, têm tomado boa conta das histórias dela.

Um abraço, Fátima! Como todos sabemos, este é mais um livro de muitos que continuarão a nascer. Assim haja leitores.

Boa tarde a todos.



as fotos, umas são da wind e outras do meu irmão

3 comentários:

Maria Alfacinha disse...

Foram vários bons, perdão, excelentes! momentos :-)
Beijo grande

wind disse...

Adorei ir e rever-te:)
Beijos

Unknown disse...

Um bom momento, um bom lançamento, um bom livro e um feliz reencontro com os outros Fnac's...

Parabéns!

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein