quinta-feira, 3 de setembro de 2015

escolhas

Só quem não percebe nada
quem entende que é seu o bem estar em que vive
Só quem acha que pobre é o que bate à porta
uma esmolinha, minha senhora...
e que nada perturbe, que nada incomode
Só quem tem muito medo
medo dos olhos deles
medo do confronto
medo de si mesmo
Sei lá eu quem são os que receiam
tanto que nem olham
ou se olham não vêem...
Agora imaginem um chefe de família sem ter dólares
sem um chavo para dar de barato ao traficante
e os olhos dos filhos a pedirem: e a casa, pai? e o meu quarto de brinquedos?
Imaginem os milhares que não saem por não terem nada
ou os que saem assim mesmo
(e nem falo no avô que olha o neto ali ao sabor das ondas do Mar Mediterrâneo)
Com ou sem dólares, morrem uns e outros
hordes assustadoras
desconfortáveis
e nem de mão estendida como deve
uma esmolinha, senhores, pelos deuses
Eles exigem
eles querem
eles sabem e escolhem
Querem a Europa e, se for apenas por mais uns quilómetros, preferem a do norte
Querem Londres, Paris, Berlim em vez do sol de Lisboa ou de Barcelona
que afinal saber é normal nesta era do google
Arriscaram tudo e sabem onde, depois de nada de nada, lhes seria o paraíso desejado
Vêm por aí fora e invadem o confortozinho dos meninos deste canto do mundo
ai  deuses que lá vêm estes hereges obrigar os nossos netos a andar de burka
Lá vêm a mostrar-nos, sim, que o nosso paraíso e o inferno deles é tudo o mesmo: resultados díspares dos senhores dos deuses e do petróleo
e senhores do dinheiro
que às vezes faz muito jeito que existam uns cobres
nunca se sabe, n'é?!,  se um dia destes seremos nós esses
ricos a ousar escolher um canto da Terra onde nos acolhermos
nunca se sabe...

1 comentário:

wind disse...

É isso, nunca se sabe!
Excelente.
Beijos

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein