segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

da vida e da morte

faríamos o que quer que fosse para alargar este estarmos aqui
eternamente, seria o nosso gosto
ou não faríamos isso e apenas desejavamos que fosse uma estadia alegre
ou quereríamos que não fosse mesclada de sofrimento, doenças, desgostos, incertezas
preferíamos uma estada num qualquer paraíso desses que nos acenam as igrejas
e nem precisaríamos de um cortejo de anjos e nem de que nos fosse pedido sermos santos - apenas uma paz de entendimento e cada um aceitando o outro sem mais malidecência e sacanice do que o sabor do sal bem doseado ou um tiquinho de pimenta
e quereríamos que morrer fosse depois de tudo
e se fosse uma passagem, assim como dizendo adeus para uma viagem - sem retorno, é certo, sem hipóteses de visitas,
que houvesse a certeza de que estavamos num sítio, um algo semelhante
que é isso de desconhecermos, que dá este nó na garganta e este aperto nas vísceras - não sabermos
se vamos em viagem ou se acabamos, sem qualquer continuidade enquanto ser que somos, como a formiga que, sem nenhum respeito pela enorme quantidade de informação que carrega, espezinhamos aos quarteirões porque invadiram o pote do açúcar
ah! se soubessemos resolver o mistério seria tão diverso
tão diferente o nosso modo de ser gente,
que nem me atrevo a desejar que assim fosse
antes, a delinear estes termos que me saem no teclado, cuido que o que falta de ensino em escolas, lares e faculdades, é o culto do  saber estar em paz consigo
que isso bastaria
digo 
neste fim de semana em que estive na homenagem a um amigo, e encontrei os que foram dele gostados
(e o que me dói escrever no pretérito quando falo de gente!)

2 comentários:

wind disse...

Escritora, é triste.
Beijos

João Menéres disse...

Imressionou-me (poeticamente) o teu

> ...os que foram dele gostados<

Um beijo.

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein