faríamos o que quer que fosse para alargar este estarmos aqui
eternamente, seria o nosso gosto
ou não faríamos isso e apenas desejavamos que fosse uma estadia alegre
ou quereríamos que não fosse mesclada de sofrimento, doenças, desgostos, incertezas
preferíamos uma estada num qualquer paraíso desses que nos acenam as igrejas
e nem precisaríamos de um cortejo de anjos e nem de que nos fosse pedido sermos santos - apenas uma paz de entendimento e cada um aceitando o outro sem mais malidecência e sacanice do que o sabor do sal bem doseado ou um tiquinho de pimenta
e quereríamos que morrer fosse depois de tudo
e se fosse uma passagem, assim como dizendo adeus para uma viagem - sem retorno, é certo, sem hipóteses de visitas,
que houvesse a certeza de que estavamos num sítio, um algo semelhante
que houvesse a certeza de que estavamos num sítio, um algo semelhante
que é isso de desconhecermos, que dá este nó na garganta e este aperto nas vísceras - não sabermos
se vamos em viagem ou se acabamos, sem qualquer continuidade enquanto ser que somos, como a formiga que, sem nenhum respeito pela enorme quantidade de informação que carrega, espezinhamos aos quarteirões porque invadiram o pote do açúcar
ah! se soubessemos resolver o mistério seria tão diverso
tão diferente o nosso modo de ser gente,
que nem me atrevo a desejar que assim fosse
antes, a delinear estes termos que me saem no teclado, cuido que o que falta de ensino em escolas, lares e faculdades, é o culto do saber estar em paz consigo
que isso bastaria
digo
neste fim de semana em que estive na homenagem a um amigo, e encontrei os que foram dele gostados
(e o que me dói escrever no pretérito quando falo de gente!)
2 comentários:
Escritora, é triste.
Beijos
Imressionou-me (poeticamente) o teu
> ...os que foram dele gostados<
Um beijo.
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