ELES andam por aí
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Desalento
Nunca mais arrastámos os pés descalços nas pedras do caminho que levava ao cume e ao moinhos
Nunca mais olhámos o ninho até dizermos olha já nasceu
Nunca mais rebolámos na erva e na areia e nas pedras frias e nem subimos de dois em dois e mais quaisquer degraus
Nunca mais corremos de mão dada a descida que levava ao rio
Nunca mais caímos esfolando os dois joelhos e rasgando o bibe
Nunca mais lutámos por uma mola, uma fita, um cromo ou um berlinde
Nunca mais ouvimos o nosso nome chamado em grito pela mãe
Nunca mais ouvimos o eco, a tarde toda sentados em cima de uma pedra
Nunca mais a bicicleta foi pretexto para idas ao nosso fim do mundo
Nunca mais saltamos a vala que era maior que o salto que saltávamos
Nunca mais subimos a árvore de cujo cimo se via o mundo e ficava ao fundo do quintal
Nunca mais comemos fruta não lavada
Nunca mais escorremos da chuva sob a trovoada
Nunca mais enterrámos na lama mole os pés descalços
Nunca mais jogámos à bola com o que quer que fosse quase redondo e saltasse
Nunca mais rimos como se o riso fosse fala e em lágrimas olhássemos felizes todo o mundo
Nunca mais fizemos noites em claro para ler um romance
Nunca mais dissemos até logo para vir muito tarde
Nunca mais rebolámos de riso sem nos verem nexo
Nunca mais dissemos desculpa com sinceridade
Nunca mais estivemos no meio da multidão como se fossemos únicos
Nunca mais chorámos por ouvir aquela música
Nunca mais nos apaixonámos apenas pela foto
Nunca mais …
(Que fazemos nós se nada fazemos do que vale?!)
18 comentários:
Ouvir o nome chamado pela minha mãe, impossível.
Comer fruta não lavada para apanhar uma diarreia?! Nem pouco mais ou menos, que com a saude não se brinca.
Apaixonar-me por uma foto?! sendo a minha cara-metade de carne e osso e estou apaixonado por ela!
Os outros itens SEMPRE!
Nunca mais acabava de ler isto.
;p
Muito bonito.
Um @bração do
Zecatelhado
Seilá, descobri-te atravez de L.Matta e foi com grd prazer que me lembrei dos tempos em que eu tinha o blog da sapo. E nao é que verifiquei ao lado e la esta LINA mas com o endereço do blog da sapo que "fechou".
Agora deixa-me dizer-te estas linhas deixaram-me um misto de saudade, felicidade, nostalgia e tristeza, mas adorei
Grd grd beijinho para ti*****
Escritora, de facto não fazem nada, se "não fizerem nada do que vale", mas deviam fazer pois esta prosa ou poema, como quiseres, está cheia de tudo.
beijos
2 Postes,1 Ninho,Pétalas,e alguns degraus(Por subir) «Nada Há encoberto que se não descubra,nem nada escondido que se não dei a conhecer(*)bfvhgt
Curvo-me perante estes "dois postes", desalento tão bem descrito, tão bem concebido, que me leva a pensar, também, se ELES não andarão por aí... tão perto???
Diz um poste para o" " "E deste luzeiro ardente,deste alento de gotinhas vivas,conservo em ti e vou espalhando p'lo......o doce pólen meleiro,a luz que de ti se anima."
olá
quem sentiu e viveu nas sombras sabe o sabor...
Ainda não te tinha agradecido a nomeação do Thinking Blogger. É que há coisas que nos deixam sem resposta. Mas deixo-te hoje um agradecimento cheio de carinho.
Grato pela tua terna amizade
Já cá estive umas 2 ou 3 vezes a ler-te. Expressas por palavras aquilo que muitos de nós sentem . A isso se chama comunhãob de sentires. Como não gostar quando os nossos pensamentos tomam forma?
Eles Crescem ... voam ...
Um beijinho para ti (mas grande)
Tocante, angustiante e belo.
Seus textos, como sempre, surpreendentes...
.....e uma flõr quinhentista.Parabêns pela coragem,está no lugar certo.Mt* c*rinho(:
Ô
Honten numa das idas ao moinho olhando para o ninho reparei que o Orelhundo lhe tinha caido um olho-------------------quando voltar ao Pentatlo 5.5 trago o restante Beijos
Na partida encontrei outra porta trancada!ao menos podias ter ficado do lado fora.Peço desculpa por ontem não ter me despedido de ti.Obrigado pela bola laranja*.Não me vou esquecer das tuas dentuças....inhas*+tadinhas.Beijos
netnoH«»isto é o nome da minha terra.
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