Ardia o sol de Inverno no chão do Alentejo.
Chão de antiquíssimos arderes.
Chão de vermelhos de papoilas.
Vermelhos de sangues.
De lenços de moçoilas.
Escarlate de faces namoradas.
Alentejo que ardias em Janeiro
num céu azul que encandecia.
Azul tão puro e liso que doía.
Olhar que longe de ti te andava.
Olhar que em azul se desfazia.
No Alentejo ao início da tarde
o sol doía de doirado.
Em um Janeiro mal começado
doiravas mais o céu
tu que de viver partias.
No céu azul onde em Janeiro,
Inverno,
ardia o sol doirado no chão do Alentejo
e tu partias
brilhando de um viver que nos doía.
o TCA chamou-lhe triste planura e republicou aqui com este "risco"
a MJM guardou-o aqui
8 comentários:
Lindo!!! É um prazer redobrado ler-te!
Comentar-te era desvirtuar a beleza que encerram as tuas palavras.
Adorei!
Um abraço carinhoso e FELIZ 2007
;)
Soberbo Poema a deixar-me saudades do "meu" Alentejo de menina e moça...
Um abraço carinhoso e tem um FELIZ 2007 ;)
Adoro a forma como te expressas.
Beijo e bom 2007
Entrelaçados os versos, deixemos que o poema nos arraste consigo...
O chão do Alentejo cheira-se nos ares pelas narinas dum alentejano...
É assim que o poeta entende... e depois sente no rodopiar da sua pena...
Passei para te (re)ler...
Deixo um abraço e bom fim de semana ;)
Escritora, sempre belo o que escreves e bonita foto.
A parte de cima do teu blog está bonita:)
beijos
Gosto do que escreves.
Seja conto ou poesia.
Este devia figurar na "antologia alentejana"...
Beijos.
'Apanhei'-te este no TCA e tinha q vir a correr!
É de uma pujança!...
Tens uma forma de 'dizer' loucamente tua (reconhecer-te-ia não-assinados pelas substantivações q usas, p/ex).
Desculpa se não me atenho apenas pelas emoções q despertas - evidentes, inegáveis; particulares apenas a quem sabe sentir e passar sentires (este dizer seria teu...) - mas não resisto a aplaudir a mestria de uma boa mão, nessa caligrafia invisível, q é a estrutura da escrita.
Parabéns!
Vou roubar-te este para o dixit, para q não se perca.
kisses, a lot of
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