quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

nunca


Nunca lhe falaste nessa dor.
Esse pequeno pico de dor que vem do peito
Uma ferida sob a pele que for
Um durão correndo debaixo do teu dedo.
Nunca lhe falaste nessa outra dor mais fina
Uma dor também mais quente
Mais estendida.
Uma dor que apanha o corpo todo
e a alma...
Nunca lhe falaste.
E no entanto, sorris às suas dores
acalentas
como que as lambes feito gata
como se salivasses cada crosta
cada ferida aberta, ao ar exposta.
Nunca lhe falaste nessas dores que sentes.
Nunca lhe disseste das feridas não saradas.
E vais sorrindo
vais aparicando
vais tentando que não sinta.
E aumenta a tua dor espalhada
E cresce a dor em pico que ora sentes.

(E bastava, apenas, que escutasse.
Que ouvisse o teu silêncio enquanto falas.)

7 comentários:

wind disse...

O silêncio diz tanto. Porque é que eles não ouvem?
Mis um belo post, poema/imagem muito bem conjugados. beijos

perplexo disse...

Muito sensibilizante. Houvesse quem ouvisse e meditasse.

Lmatta disse...

"Nunca"
poema triste
Gostei do "Nunca" é lindo
Beijocas Seilá

lique disse...

Porque é que tu me viras do avesso sempre que escreves? Tu olhas fundo nas almas, naquele fundo que se tenta esconder...
Beijão

Alberto Oliveira disse...

Já vai sendo tempo de se acabarem de vez com as dores não reveladas, que não saram, que são feridas expostas, com o engolir tudo... no feminino e... porque não no masculino. Não é verdade?

Ou NÃO???

mjm disse...

:))))
beijos beijos

5 Pontas disse...

Beijos e abraços 5x

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

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meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

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ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein