domingo, 2 de janeiro de 2005

Devagar

Os cavalos suados galgaram os prados
estacaram na beira do riacho
Inclinaram as crinas
a água fresca roçou-lhes as beiças
Beberam na corrente lenta da água

imagens ondulando
sósias ou clones

ou outros cavalos bebendo o céu
outros cavalos bebendo ...


As árvores agitavam ao sabor da brisa
Duas folhas verdes caíram

escorregaram na ida do riacho
Um cavalo abanou a crina

relinchou mostrando a dentuça alva
Uma fiada elegante de bolas castanhas

soltando-se do cavalo pardo
a cauda inconsciente formando um arco
Outros abanavam, vagarosos, cabeças esguias

torneavam...saciados

A luz do sol fazia uma renda no saibro

luz tecida nas folhagens dos arbustos

Do lado de lá do riacho um girassol

inclinado a poente...semicerrava
Um girassol solitário adormecendo
Um girassol observando o festim dos cavalos.


adaptado de anterior publicação em livro branco

16 comentários:

lique disse...

Um poema talvez contemplativo, talvez onírico, vá lá sabê-lo. Que interessa, afinal? Interessa que é obra bela e acabada. Beijos com girassóis à mistura.

BlueShell disse...

E o girassol e os cavalos e ainda os cavalos outros bebendo o céu...à mistura com a paisagem ...fazem um regalo aos olhos da gente...jinho, BS

bertus disse...

...começas bem o ano, espalhando girassóis por tudo o que é sítio e quiçá cavalgando um belo desses bichos a desenfreado galope, de tal sorte que nem tive tempo de comentar o post anterior...que eu faço "férias" à séria por esta altura.
Amanhã sim; regresso ao "horário virtual normal".
Até lá não lamentes a minha ausência nem faças maldades...
Abraço e intés!!

bertus disse...

...embora o título do teu post não se ajuste a velocidades, começas bem o ano, quem sabe se montando um desses belos animais a galope, pois que já estás a trabalhar em pleno aqui no teu sítio.
Eu só começo a "temporada" oficial amanhã, que férias são férias e não há que fugir disso...
De resto gosto de girassóis de amarelo-forte a querer confundir-se com o astro-rei...que por sinal se tem portado muito bem nestes dias últimos.
Fica bem, um abraço e intés!!

bertus disse...

...não imagines coisas...com os dois comments que ficaram para trás.
Depois de commentar a primeira vez passei por aqui e não vi o comment; daí imaginar que "não tinha ficado..."; e lá vai mais outro... Em suma TRÊS comments par um único post! Pensas que és só tu??
Fica bem, abraço e intés!!

NOTA: Para alemão não me convides; mas hebraico e zulu, conta comigo.

mfc disse...

Todas as coisas simples da vida são bonitas.

VdeAlmeida disse...

Girassois e cavalos, bela combinação a tua SeiLá. Vim colher as tuas palavras e deixar-te um beijinho de boa noite :-)

sotavento disse...

O sol gira?!... Mas não era a terra?!... E o 2005 e os 100 anos de relatividade e Einstein?!... :)

Luís Almeida Fernandes disse...

Foi bem recebido, o teu poema de Verão que me veio aquecer o Inverno.
Obrigado.

Sonia Almeida disse...

vim até ao teu cantinho para te desejar um excelente 2005, cheio de luz e felicidade. muitos beijinhos com açucar e canela

Poemas de amor e dor disse...

Obrigado pelas palavras. Fazem falta! Sabes, tenho grande dificuldade de visitar todos e ao mesmo tempo escrever e ler. Gostava de ser como esse cavalo alado sem trela, sem freio e ter saúde que bastasse.
Desejo-te um muito bom 2005-
Rogério Simões

wind disse...

Simplesmente belo e lindo! beijos*

darkman disse...

bem, conta se só tiver visto hoje?...

tenho uma boa desculpa... ontem tive festa cá em casa com a família e amigos da família, desde as 5 da tarde a´té à 1h da manhã... e ness ahora não pude vir ver nada porque o meu irmão foi dormir (e o pc é no quarto dele). tou desculpado?

Toze disse...

Por breves momentos senti-me um desses Cavalos ( salvo seja)...mas gostei !
Beijos Mil

Finurias

almaro disse...

Tenho um amigo cavalo.
É sempre assim que lhe chamo, “ o meu amigo cavalo”.
Nasceu sem necessidade de nome...
Vezes há, que passeio com ele e ele comigo.Juntos. Passeio de amigos, cheio de conversas longas...
Sempre que passeamos, voamos e esquecemos o Tempo em que fomos crescidos…

Anónimo disse...

Li e reli o teu poema. Posso lê-lo (com os devidos créditos, claro!!!) na Noite de Poesia de Vermoim?
Interessante, vi ontem um filme de animação "Spirit - Espírito Selvagem" que mostrava a luta pela liberdade de um cavalo selvagem americano.
Lembrei-me do teu poema "Devagar", e os cavalos retratados entraram no meu imaginário, na comunhão com a natureza... e que maneira mais bela que encontraste esta conjugação, esta dualidade cavalo/girassol para completar um sonho de liberdade:

"Do lado de lá do riacho um girassol
inclinado a poente...semicerrava
Um girassol solitário adormecendo
Um girassol observando o festim dos cavalos."

Em resumo, uma Seila diferente, mas que gostei de ler.... Um beijo.

José Gomes

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

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meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

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ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein