quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Natal de 2017

Sejamos sinceros
Deixemos de pensar em água para isto e aquilo
na falta dela
Água doce, claro
água de rios e de barragens
a água dos autoclismos e das torneiras
e das garrafinhas e garrafões que
a faltar uma, também falta outra, acreditem
Deixemos de tentar encontrar poesia na chuva
Tudo a rever a húmido
Tudo pardo e, 
no mínimo, um fedor a madeira queimada
ou a gasóleo
ou o contador da electricidade a rodar como louco
e um frio de cortar os ossos
Deixemos de ver poesia nas nuvens a dançarem-nos 
baixas e escuras,
em cima das cabeças e
dentro dos olhos, essa luz coada que magoa
Sejamos sinceros
Nada de politicamente correto
Nada de ficarmos a pensar no futuro
o nosso e, mais ainda, o dos netos
Peçamos tréguas à boa consciência
Peçamos complacência aos rios e às couves
e às plantações diversas
e perdão a nós mesmos sedentos e sebentos
e a modos que 
a modos que endoidados
que a falta de água nas torneiras nos poria loucos
Deixemos estes cenários trágicos e lembremos
este Novembro
nem sendo frequente
não é caso único
Tudo se recompõe
Vejamos a coisa dum ponto de vista esperançoso e
Caramba!!
Um Natal na praia seria um grande gozo!!
Um Natal como, afinal, em outras partes do Globo
Nem neve, nem chuva,
essa coisa que nem deixa que sequem os lençóis
Ou, em alternativa,
concedo,
uns esgarrões entre as duas e as quatro
e o sol raiando, antes e depois
e um calorzinho que deixasse 
lavarmo-nos nessa água mole que caísse dos céus
Estamos quase nisso, regalemo-nos
Um Natal de biquíni
e a árvore enfeitada com conchas e limos.

1 comentário:

wind disse...

Também acho:)
É como aquela: "Ver o copo meio cheio":)

Beijos

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein