Sejamos
sinceros
Deixemos
de pensar em água para isto e aquilo
na falta
dela
Água
doce, claro
água
de rios e de barragens
a água
dos autoclismos e das torneiras
e das
garrafinhas e garrafões que
a
faltar uma, também falta outra, acreditem
Deixemos
de tentar encontrar poesia na chuva
Tudo
a rever a húmido
Tudo
pardo e,
no mínimo, um fedor a madeira queimada
no mínimo, um fedor a madeira queimada
ou a
gasóleo
ou o
contador da electricidade a rodar como louco
e um
frio de cortar os ossos
Deixemos
de ver poesia nas nuvens a dançarem-nos
baixas e escuras,
dentro
dos olhos, essa luz coada que magoa
Sejamos
sinceros
Nada
de politicamente correto
Nada
de ficarmos a pensar no futuro
o nosso
e, mais ainda, o dos netos
Peçamos
tréguas à boa consciência
Peçamos
complacência aos rios e às couves
e às
plantações diversas
e perdão
a nós mesmos sedentos e sebentos
e a
modos que
a modos que endoidados
a modos que endoidados
que a
falta de água nas torneiras nos poria loucos
Deixemos
estes cenários trágicos e lembremos
este Novembro
este Novembro
nem sendo
frequente
não
é caso único
Tudo
se recompõe
Vejamos
a coisa dum ponto de vista esperançoso e
Caramba!!
Um
Natal na praia seria um grande gozo!!
Um
Natal como, afinal, em outras partes do Globo
Nem neve,
nem chuva,
essa
coisa que nem deixa que sequem os lençóis
Ou,
em alternativa,
concedo,
uns esgarrões
entre as duas e as quatro
e o
sol raiando, antes e depois
e um
calorzinho que deixasse
lavarmo-nos nessa água mole que caísse dos céus
lavarmo-nos nessa água mole que caísse dos céus
Estamos
quase nisso, regalemo-nos
Um Natal
de biquíni
e a árvore enfeitada com conchas e limos.
1 comentário:
Também acho:)
É como aquela: "Ver o copo meio cheio":)
Beijos
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