há bocado, o mar estava num sueste intenso e eu
nem sei porquê
senti-me orando
eu, de novo, ímpia que sou, a dar graças aos céus
eu a curvar-me, humilde, perante a benção dos meus 5 sentidos
e ali fiquei em transe
com cada um
com eles todos
a maresia caía-me nos lábios
e eram sabores tão variados
como variados eram os odores
iodo, sim, mas também outros
partículas vindas de outros tempos,
de outros lugares
sabores que eu senti sem lhes saber o nome
pele de gente ou de peixe ou de duende
a tocar-me o rosto
eu a olhar aqueles tons refractados na neblina de fim de tarde
azuis, cinzentos, roxos
eu inebriada dos meus cinco sentidos
e aquele mar rugindo soava aos meus ouvidos como,
dizem,
são os sons celestes
2 comentários:
Tão bonito!
Beijos
Ora ora, também rezo, eu que sou impie-idoso... ímpio.
E como se aproxima o Natal, aí vai https://vieiracalado-poesia.blogspot.pt/2016/12/poema-de-natal-1.html
Bjsss!!
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