De
repente as ruas entupidas
Cheira a suores e cheira a mijos e assados e fritos e odores de desinfectantes, sabões e outros
Seres divididos, seres inacabados
Duplos, cada um deles em pedaços
Ou serão maus seres, que
seria o que diriam as mães se ainda
se dedicassem ao amor maternal e esse lhes saísse em palavras
Seres tolhidos por medos tão enormes como eram os de antes enrolados em edredões ou mantas, lençóis e colchas
De repente, as ruas atulhadas
E um mal estar virulento a cobrir tudo
O céu nublado e este frio de inverno a descarregar-se junho
adentro e a chuva e o mar que devia estar azul ou verde e está cor de chumbo salpicado
de farinha de trigo
O céu pesado a descair-se nesta aguinha falrrirpa que nem se pode dizer: agora chove
E o silêncio: nem uma gaivota cacareja e nada se ouve
2 comentários:
É mesmo isso que se sente quando está assim em Junho.
Beijos
Mal estar na gente quando as gaivotas estão em terra.
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