hoje que é dia treze, este pedacito de um que escrevi, faz
tempo
talvez até ande por aí publicado de outro modo, que eu corto, reescrevo, faço plágio de meus próprios textos
É o mês da virgem e nem o sol redondo, inchado, prenhe
de fogos a mostrar-se bailando aos olhos peregrinos, fálicos de
segredos e de terços. Os olhos deles intumescidos de pecados a cumprirem
promessas por caminhos a sangrar orações. E nem o sol para aquecer asfaltos,
para que escaldem as pedrinhas e fervente a terra que os peregrinos pisam, a
tornar mais apetecido o sacrifício, mais suculento o pé a quem o trata com
desvelos de pomadas e águas quase bentas.
Um calor a embeber as frontes com suores gelados, que são
assim os suores de tristezas e doenças. Os suores de medos.
E nem uma aragem que rode um cata-vento no céu deste Maio.
Um tempo dos diabos, murmura Irene Fogaça de mistura com
palavras de orações. E vai rolando as
bagas do terço, e em cada uma a Ave-Maria de cuja letra sabe apenas uns
pedaços.
Irene Fogaça que andou na catequese há um ror de tempo.
Vai no cumprimento da promessa.
Entalada nos dedos, a conta que separa duas dezenas pede-lhe
agora um Padre-Nosso e ela tartamudeia
como se fosse.
anda aqui, sim senhora
anda aqui, sim senhora
1 comentário:
Tal e qual.
Beijos
Enviar um comentário