sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

história que não conto


publicada inicialmente em Notícias do Gil

Podia contar uma história passada no recreio, ou na sala de aula, ou de como tinha sido a prova oral daquele exame.
Podia também contar de namoros.
 Ou contar das partidas que fazíamos: sempre às escondidas, sempre longe de sermos vistos nem que fosse com um sorriso malandro pendurado nos olhos, que partida que engendrassemos era combinada no maior segredo, e a execução dava-se em sossego. Nada de atropelos como daquela vez.
Podia contar, mas não conto!
O que eu poderia contar nem teria interesse: coisinhas como ter feito aquela conta trinta e tantas vezes numa manhã inteira, que era o que durava a prova! e em cada vez que fazia aquela abençoada divisão por dois algarismos, dizer, convicta e sistemática: dois vezes dois, quatro, e vão dois! e nada batia certo, e tornava: dois vezes dois, quatro, e vão dois!
Não pode ter interesse este tipo de erro feito por uma menina com duas tranças louras que andava ainda na segunda classe, a bata muito branca, os dedos da mão direita borrados no sítio onde já criara calo do aparo! e todas as demais meninas a deixarem a sala, a prova terminada, e ela a ficar para trás, a engolir a humilhação de mistura com as lágrimas que só chorou em casa! e de novo:  dois vezes dois, quatro, e vão dois! e a voz da professora passando ao largo: então menina e essa conta nunca mais se acerta?!
A menina a fazer uma prova final em folha de papel almaço com margem dobrada pela quarta parte, e a caneta de aparo molhada em tinteiro de loiça enfiado no buraco.
Claro que histórias como esta não entusiasmam o leitor, ainda mais se ele nunca viu uma folha de trinta e cinco linhas em papel almaço ou um tinteiro de porcelana enfiado no buraco da carteira repleto até às bordas de tinta azul intenso.
E porque com este exemplo cuido ter argumento que chegue, vou daqui e não conto!

7 comentários:

wind disse...

Eu fiz isso, provas até à 4ª classe em papel almaço de 35 linhas e com tinteiros no buraco da carteira de madeira:)
Borrava-me de medo de sujar a prova.lololol
Beijos

maria de fátima disse...

fizeste?! mas que idade tens tu?!!!!!!!:)

maria de fátima disse...

fizeste?! mas que idade tens tu?!!!!!!!:)

wind disse...

Tenho 49 anos:)

wind disse...

Andei na primária antes do 25 de Abril:)

REJO MARPA disse...

Eu também fiz... O exame de admissão ao Liceu e Escola Comercial e Industrial... E acho que deve contar, demonstrar que a primeira e à primeira dificuldade, hoje desiste-se...Nessas carteiras
não era possível, nem admissível...
Fico à espera do resto, que de bom,
foi o princípio...

Anónimo disse...

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adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

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meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein