quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

assim por acaso

baixou as calças e disse, de si para consigo:
- pronto, cago aqui mesmo que estou com vontade
e quem o viu, olhando do alto, recolheu-se
e quem o viu passando, desviou-se 
um e outro dirá, se perguntado, que nem por deu por nada
que nem achou diferente
cada um defende-se de que lhe perguntem:
- sentiu o cheiro?
cada um requer para si o direito de não ter visto
e disso a certeza de não ter sentido
mas que era um homem de calças em baixo a cagar no centro da cidade
ah! isso ninguém duvide

4 comentários:

Makejeite disse...

Ah ah ah. Há uns anos na Calle Sierpes, por acaso uma das artérias mais movimentadas de Sevilha, assisti a uma cena assim, e não era um mendigo nem nada que se parecesse, foi uma senhora com uma cólica intestinal repentina que nem teve tempo para mais nada senão agachar-se e zás.

wind disse...

lololol, às vezes não se podem controlar certas necessidades:)
Beijos

Benó disse...

Bem relatado. Até senti o cheiro.

Jorge Pinheiro disse...

Muito escatológica. A cidade é metáfora?

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein