sábado, 28 de novembro de 2009

memórias de nós

Partilhámos a vida como se andássemos de bibe e éramos já tão grandes, tão crescidas, tão adultas nos livros que lêramos, nos caminhos percorridos cada uma, e sobretudo nas lágrimas que souberamos conter.
Tu levavas-me pela mão como uma irmã mais nova que fugira de casa. Contavas-me de atalhos, de pormenores que eu descuidara, que eu não vira e que faziam da vereda uma estrada. Levavas-me pela mão, que eu cegara cedo ou nunca vira, antes que me fizesses sentir, uma a uma, cada ruga nos tecidos, cada dobra de uma pedra, cada cicatriz que havia entre duas páginas de um livro que ambas tínhamos lido.
Estendias o teu corpo nas areias ou estiravas-te na lona de cadeira, e rias.
Só tu sabias aquele sorriso que escangalhava espelhos.




4 comentários:

Benó disse...

Memórias felizes duma infância ainda presente, espero.

wind disse...

Escritora, tão bonito:)
Beijos

mac disse...

Que inveja, esse riso

Li Ferreira Nhan disse...

Esse é o amor;
carrega detalhes e cumplicidades.
Já tão difícil...

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein