Partilhámos a vida como se andássemos de bibe e éramos já tão grandes, tão crescidas, tão adultas nos livros que lêramos, nos caminhos percorridos cada uma, e sobretudo nas lágrimas que souberamos conter.
Tu levavas-me pela mão como uma irmã mais nova que fugira de casa. Contavas-me de atalhos, de pormenores que eu descuidara, que eu não vira e que faziam da vereda uma estrada. Levavas-me pela mão, que eu cegara cedo ou nunca vira, antes que me fizesses sentir, uma a uma, cada ruga nos tecidos, cada dobra de uma pedra, cada cicatriz que havia entre duas páginas de um livro que ambas tínhamos lido.
Estendias o teu corpo nas areias ou estiravas-te na lona de cadeira, e rias.
Só tu sabias aquele sorriso que escangalhava espelhos.
Tu levavas-me pela mão como uma irmã mais nova que fugira de casa. Contavas-me de atalhos, de pormenores que eu descuidara, que eu não vira e que faziam da vereda uma estrada. Levavas-me pela mão, que eu cegara cedo ou nunca vira, antes que me fizesses sentir, uma a uma, cada ruga nos tecidos, cada dobra de uma pedra, cada cicatriz que havia entre duas páginas de um livro que ambas tínhamos lido.
Estendias o teu corpo nas areias ou estiravas-te na lona de cadeira, e rias.
Só tu sabias aquele sorriso que escangalhava espelhos.
4 comentários:
Memórias felizes duma infância ainda presente, espero.
Escritora, tão bonito:)
Beijos
Que inveja, esse riso
Esse é o amor;
carrega detalhes e cumplicidades.
Já tão difícil...
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