Quando chegou o dia
As palavras fugiram
Nem uma só que dissesse:
este recanto,
este troço de rio,
esta conversa,
aquele babado de um filho
Nem uma só resistiu
Esgaçadas de um tempo
Apagadas de dizeres antigos
Quando chegou o dia
Tu inventaste as palavras
Disseste corpo e alma
Mãe, cipreste, calma
Rebento de árvore
Disseste Amor e Amante e Amigo
e desespero
e choro
e mar
e estrelas
e murmúrio
E disseste medo e praia
E escreveste sol e lua e Universo
E clamaste Paz e Terra e sossego
Inventaste um termo desusado
Depois um outro
E mais outros
Muitos
Palavras novas
Precisadas
E só então gritaste Liberdade!
4 comentários:
Escritora está forte e lindo!:)
Beijos e bom domingo de Páscoa:)
Por isso nunca se deve deixar as palavras fugirem: perdem-se afectos, perde-se Poesia. Assim, como esta, aqui!
abraços!
E tu (re)inventas-te em cada palavra, que escreves.
um beijo
e que belo este teu grito
Liberdade !
tenho que cá voltar para ler o resto
beijos
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