sábado, 16 de fevereiro de 2008

desafio "12 palavras"

continuação do Página trinta e oito
E agora o desafio que me fez
o lfm

Ele pede que lhe diga das palavras. Das que gosto. Que o faça com número tal qual o dos Apóstolos: doze palavras seleccionadas!
E eu cogito: se as palavras todas me são gostosas, como dizer-lhe eu apenas doze?! Como pará-las se elas saltam, se entrelaçam, revoam?! Se elas se me embaraçam pela pele, a boca, as pernas, todo o meu eu gostoso delas todas?! Se elas me levam voando…
Não me peçam tal coisa!
Não posso escolher, assim de modo brusco, doze de entre tantas e tão por mim amadas!

Combino então com as palavras. Coloco-lhes o meu problema. Proponho:
que façam comigo um pequeno jogo. Que de um repente se soltem, num à toa: uma palavra e mais outra e outra até que sejam quase treze. Precisamente doze.
Com essas eu farei com muito gosto o que
ele me pede.
Ficaram as palavras bem contentes. Partiram de aqui rindo, mas avisaram: agora somos nós quem faz o post!
E deixaram-me no processador de texto, o que aqui mostro.
(Os sublinhados são delas bem como a lista dos que a seguir farão, caso desejem, um outro jogo.)

Margarida resumida a um local do corpo, abre as pernas a mais umas moedas, uns trocados.
Um desaforo. Nem já uma nota, nem rentabilidade: uma vulva triste a um qualquer energúmeno por míseros trocados.
Filha de deus, andou nas mãos do padre que veio do continente abençoar a guerra em terras de Angola. Foi no que deu: puta de estrada.
Coitada da Margarida! Coitada!
Isso que diria minha mãe se fosse viva e a soubesse!
Que minha mãe se morreu cedo: nem conheceu democracia, nem soube de Abril nem nunca teve outro sentir a palavra madrugada que não fosse o de esperar marido "até tão tarde": até que a baía, espraiada a seus pés, ficasse num vermelho de começar o dia e Margarida se dormisse enrolada no pano entre as suas mamas lambusadas. E ela esperando num meio triste, meio marafada.



N.
2+2=1
bettips
Gi
Legível
manuelinho
mateso
mena
romasi
teresa c.
v.calado

9 comentários:

wind disse...

Escritora espectaculares a continuação do conto e este desafio.
Tu fazes o que queres com as palavras, baralhas, partes e dás:)
Beijos

Mateso disse...

Agradeço o desafio. Doze palavras... bem... vou tentar.
Bj.

Mateso disse...

Já está respondido.
Bj.

Mena G disse...

Esforcei-me. No arrabica, estão palavras.
:)

Gi disse...

És minha amiga és :( ... logo eu que
não gosto de escrever ,
não tenho tempo,
não sei contar até doze mas se soubesse
não fazia diferença porque o meu léxico preferido não chega à dúzia
:)

eu faço, não sei é quando :)

beijos

ND disse...

parece-me que só posso fazer isso com batota: escrever o texto e depois escolher as palavras. Não sendo assim, podia até escolher palavras que no momento achasse bonitas, ao meu gosto, mas seriam palavras; alguma relação poderiam ter entre si, ou encaixar-se-iam no meu pensamento de momento, mas iriam sempre parecer aos outros palavras soltas, sem nexo. Não deixa de ser engraçado que ao ler-te no desafio me tenha ocorrido com muita insistência qualquer coisa relacionada com «relógio» um relógio que se acerta ao nosso tempo e não nós a acertarmo-nos ao tempo do relógio. E eu não gosto particularmente da palavra relógio. Aliás não gosto mesmo nada dessa palavra.
O desafio é, contudo, muito interessante. Quase desejava ser poeta, lamber e regurgitar palavras...

Alberto Oliveira disse...

... tu já sabes ( ou calcularás, pela distanciação temporal entre os textos que vou editando) que não me sobra tempo para o que eu gostaria de escrever da minha lavra...

... e que sou mais para o repentista. Se me dão o mote, não engreno. Mas, uma vez mais, o meu sincero obrigado pela citação do nick deste teu servo*.


* Eu sei que tu sabes (também) que eu tenho uma lábia das antigas para me safar de apertos. (risos)

Gi disse...

É hoje ! É hoje!

Ai malhér, não me faças mais destas que a lábia que o Legível tem a mais tenho eu a menos. Se toda a gente gostasse de escrever quem é que os lia ??? Valha-me a santinha !!!! :))))

Daqui a nada já lá está

beijos

Anónimo disse...

Quanto mais emoções uma só palavra provoca, mais gosto dela! Sem qualquer precedência, apenas porque uma tem de ser escrita antes da outra, numa língua que lê da esquerda para a direita:
Amor - Alma - Empatia - Ser - Vida - Espécie - Busca - Graal - Sentido - Esperança - Paz - Simultaneidade.

Bjs da cunhadinha

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein