segunda-feira, 2 de julho de 2007
espera
Na noite escura não havia lua
Bailavam raras nuvens
Piscavam as estrelas como costume
Soou no silêncio um quebrar de folhas
Sentava-se
Não contou as estrelas, uma a uma
Não desenhou sonhos nas nuvens
Não fez modo de entreter a espera
Não olhou o pirilampo que brilhava
Semi cerrou os olhos
Assentes as mãos sobre o regaço
Vestia de rendas com folhos e laços
O cabelo preso numa trança
Entrelaçada como os dedos
Parece que rezava
Solta da copa de uma árvore
Uma folha caiu do alto
Corria em Agosto leve aragem
Esfriava na noite sem lua
Aninhou-se num tronco
Não era a hora ainda chegada
As árvores abanaram as copas
Taparam-lhe o corpo de folhas
Embalaram
Adormeceu esperando
Um esquilo respirou-lhe segredos
Frutos e flores e campos de milho
ninhos de andorinhas,
do tordo e do melro
gaivotas e águias e mochos
e a água saltitante dos rios
E falou-lhe dos faunos
das fadas, dos duendes
Sonhava
Quando chegou a hora
As árvores ergueram as copas
E o esquilo observou do alto
Quem a levou subindo pelo céu
Não foi fauno, nem duende, nem fada
Quem a levava nos braços era um Anjo
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adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência
ABRIL DE 2008
Abril de 2009
dizia ele
"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein
Einstein
11 comentários:
Sente-se a noite no murmurio deste poema...
Faunos, duendes e fadas... sonhos imaginados e trazidos até nós pela tua escrita.
Um sonho de infância! Lindo!
Bj.
E ela não esteve só na sua espera. Teve aconchego materno e restolhada fraterna. Uma fada, ou um duende, ou um fauno, convocou todos os seres da floresta para uma derradeira celebração.
E teve a companhia de um anjo no momento em que atravessou o véu.
Não, ela não esteve só na sua espera.
Quem nos salva nas noites de aves e de criaturas fantásticas é, invariavelmente, aquele/aquela em cujas virtudes o nosso olhar não repousa... Muito bom, este poema, gostei mesmo! Beijo!
raios partam os anjos
;p
Hoje é o primeiro blog que visito. Parece-me que vim à procura das minhas asas, de fada, pássaro ou anjo, do meu céu, dos meus ninhos. Da magia que eu procuro e que vou deixando rasto nos meus pequenos nadas. Afinal estava aqui tão perto.
A trança eu tenho, só me faltam os folhos ... (servem os filhos :)? )
Gostei MUITO do teu embalo.
Beijos
Muito bonito, Sei Lá! :) Gostei imenso até porque acho o máximo essa atmosfera de fadas, duendes, gnomos,etc... Muito ao meu gosto. Os pássaros a esvoaçar... Tens imenso jeito!! Parabéns. :)
Beijinhos e volto para mais bons escritos teus... com todo o prazer...
Mas, talvez, as asas fossem dela própria...
Belo!
Abraço.
Vestir o sujeito!
Escritora, está lindo:)
Beijos
Entende-se a noite no chorar deste belíssimo poema.
´
Um Beijinho
do Pepe.
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