sei lá se não passou de ser mais que pensamento.
Sei que foi há muito tempo e me ficou como coisa dita.
Nas lutas desta vida, a desdita é que, o mais das vezes,
nem é a nossa luta que nos impede a felicidade, mas as guerras de outros.
Assim, quase tal qual me lembro.
E estou dada em recriar essas palavras.
Lutas de cada um e guerras de outros.
E o faço por me ver de mãos atadas,
Que é coisa de dizer:
sem saber que fazer e o que pensar.
Sei. A guerra regenerou ali sobre as pisadas de Jesus.
Olho as fotos que pululam na imprensa escrita e a demais.
Penso a luta de cada um.
o namoro que andava a acontecer
o parto quase a chegar
a casa nova a estrear
o empréstimo que o banco concedeu
as férias em outro lugar
o filho tão doente para tratar
a mãe que velhinha se morreu
o pai já sem memória a definhar
a peça de teatro a estrear
a tela quase a terminar
as últimas provas do livro
a escola acabada e as férias
acampar com as namoradas...
(Um exército é formado por soldados.
Tão novinhos os que andam a disparar!)
Aqui me fico que nem sei o que me faz incomodar.
Eu tenho as minhas lutas para lutar.

Israel
6 comentários:
e assim com poesia se luta pela paz.
Escritora, muito bem!
beijos
E quando os espíritos se renderão à sensibilidade digna de banir as guerras?... Que os versos evoquem os homens de bom ânimo...
São sempre os mesmos, os das ganâncias todas...
É... numa guerra não há verdadeiramente vencedores, mas vencidos... são todos !
Bonito o que escreveste :-)
Há lutas que não têm dono, são de todos nós.
Um abraço. Augusto
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