Rosa mel acastanhado.
Era este o tom da sua pele tal e qual a pensei naquela tarde.
Tal qual a descrevi naquele momento.
Outra luz, outro ângulo dos ponteiros, outra relação da areia na ampulheta, outra disposição minha. Qualquer desvio do meu pensar aquela pele, e variaria a descrição. Fiquei pela descrição inicial. Nunca mudei a descrição que fiz. A descrição da cor da perna. A cor da coxa dobrada em posição de um descanso soçobrado. Joelho e perna aconchegados, escondidos ambos por um leve lençol de pano branco. Um pano muito suave. A suavidade no pender de pregas nas formas da perna e restante do corpo.
Era de tarde, na hora do calor. O quarto cheirava a maresia. O vento, nortada desde o amanhecer, fazia velas em balão nos cortinados.
Ao seu lado, eu apreciava-lhe o sono. Sorria. Sonhava, pensei. Sorri-lhe descansado e terno. Olhei embevecido a cor de pele que adquiria mal o sol lhe tocava livre.
Tentava pintar aquele tom numa tela imaginária.
Foi a descrever o tom de pele, a pintá-lo, que tudo aconteceu.
Não percebi se foi o vento norte...
Não percebi se foi a maresia que se tornou mar forte...
Sei que foi mais rápido que mudar de posição os ponteiros no relógio, cair mais um grão de areia na ampulheta ou mudar a minha disposição...
Daquela tarde ficou-me a cor da sua pele.
Rosa mel acastanhado.
Ficou-me a descrição da cor que tinha a sua pele.
Era este o tom da sua pele tal e qual a pensei naquela tarde.
Tal qual a descrevi naquele momento.
Outra luz, outro ângulo dos ponteiros, outra relação da areia na ampulheta, outra disposição minha. Qualquer desvio do meu pensar aquela pele, e variaria a descrição. Fiquei pela descrição inicial. Nunca mudei a descrição que fiz. A descrição da cor da perna. A cor da coxa dobrada em posição de um descanso soçobrado. Joelho e perna aconchegados, escondidos ambos por um leve lençol de pano branco. Um pano muito suave. A suavidade no pender de pregas nas formas da perna e restante do corpo.
Era de tarde, na hora do calor. O quarto cheirava a maresia. O vento, nortada desde o amanhecer, fazia velas em balão nos cortinados.
Ao seu lado, eu apreciava-lhe o sono. Sorria. Sonhava, pensei. Sorri-lhe descansado e terno. Olhei embevecido a cor de pele que adquiria mal o sol lhe tocava livre.
Tentava pintar aquele tom numa tela imaginária.
Foi a descrever o tom de pele, a pintá-lo, que tudo aconteceu.
Não percebi se foi o vento norte...
Não percebi se foi a maresia que se tornou mar forte...
Sei que foi mais rápido que mudar de posição os ponteiros no relógio, cair mais um grão de areia na ampulheta ou mudar a minha disposição...
Daquela tarde ficou-me a cor da sua pele.
Rosa mel acastanhado.
Ficou-me a descrição da cor que tinha a sua pele.
Naquela tarde em que o mar veio fazer navegar os barcos nas velas dos cortinados.
Bluelandscape de M. Chagall
16 comentários:
Encantada com o que li por aqui. Ando à procura de azul mesmo que seja rosa mel acastanhado...
Bela prosa poética:) beijos PS: Sobre Hilda Hilst pesquisas no google, tens muitos poemas dela;)
ás vezes pergunto-me porque não escreves tu um livro. Porque não te convidam para. Escreves muito bem, com muita imaginação e com uma escrita original . (eu armada em critica literaria) e depois tens mantido deste sempre esta linha .Tudo pontos a teu favor. Um beijinho
Assino por baixo do que escreveu a Lyra. Beijinho de ternura e gratidão, linda!
e pq haverias de mudar algo k tão perfeito parece? Bjs e ;)
Olá algarvia rosa-mel,
A pedido de algumas familias lá tens a uma razão em torno dos cheiros.
Beijinhos
muito bonito, em tosn de verão.
beijinhos
muito bonita a tua escrita... mas isso não é nenhuma novidade né?
bjito e bom fim de semana!
"...Naquela tarde em que o mar veio fazer navegar os barcos nas velas dos cortinados."
Um texto cheio de sensibilidade e sensualidade q.b.
Leve...como a brisa que corre num final de tarde quente...
Gostei. Muito!
Deixo um abraço com muito carinho por estas palavras, que nos ofereces a ler... ;)
Andamos sempre às voltas com o tempo e a sua voragem, não é? obrigada pela visita. Aproveito e deixo-te muitas rosas multicolores...
Leio-te muito... digo-to pouco, mas é sempre com um sorriso nos lábios q chego ao fim dos teus textos
Beijinho
tens algum livro publicado, Seila?
se não, pensa nisso.
Talento não te falta!
//(~_~)\\ um beijo da Titas
lá para fins de Setembro, passarei por aí.
Encontramo-nos no Gato Pardo, para uma bela pasta de 4 queijos!
§(~_~)§ beijo da Afrodite
Pois, de facto, pegando no que já foi dito (olha como está a minha inspiração para comentários...) , porque não escreves tu um livro?
Os teus textos são de tal forma envolventes que nos fazem cair de quatro nesse teu mundo poético. Beijão, mulher. Estou de volta, um bocado a contragosto.
Que sensação boa esta de voltar a ler-te! Os teus textos são sempre um desafio à imaginação.
Beijos
Adorei! Está magnifico! Que delicia mesmo... :) beijinhos
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