quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

como dói!

Quando uma mão férrea te aperta a garganta, quando nem sabes destrinçar o sítio onde se situam tripas e coração, diferenciar desse outro onde andaria a alma. Uma mistura fétida, quente como se estivesses ardendo numa febre, e tu a agarrares-te a sonhos, a coisas que viveste, na ânsia de te convenceres que o passado acabará a revestir tudo com uma cortina de esquecimento e tu descansarás do que agora te dói – tanto! ai tanto que te dói ! – e arde, que nem sabes dizer em que parte do corpo, se é perna ou braço ou o coração que se contrai, e as tripas a revoltearem, tontas, num desassossego, ou se é no teu eu desirmanado que se passa essa tristeza, esse desconsolo, ou se tu, também tu, já foste, partiste para sempre: devaneio que te entretém dessa dor ignara mesclada em desespero, e ranho, e lágrimas que secam mas vão correndo dentro, num local que serás tu chorando em outra dimensão.

6 comentários:

wind disse...

Escritora, muito dorido mesmo!
Angustiante!
Beijos

Paula Raposo disse...

Fabuloso!!
Um dia, quero escrever bem como tu. Beijos.

Mena G disse...

Dói!

Jorge Pinheiro disse...

Torrencial e avassalador. Mesmo não sabendo porque é a dor, dói. Mesmo não tendo dor, arrasa. Grande texto.

mac disse...

Maria, doi-me a tua dor.
Já tive dessas e são só nossas, sei muito bem.
Mas não sendo minha a dor que tens é muito minha a tua dor, podes crer...

Li Ferreira Nhan disse...

Terrivelmente arrasador!

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein