avé avé
avé Maria
avé avé
avé Maria
avé Maria
avé avé
avé Maria
Canta a cada quarto o sino da aldeia.
Canta acordado toda a noite.
Canta a cada quarto de meio dia ou meia noite.
E em chegando o aprazado, ele bate: uma duas três quatro.
Seja depois do sol a pino ou depois da meia noite.
Avisa os em redor, seja preto ou branco que os há de muitas partes deste mundo por estas aldeias onde o relógio bate as horas de dormir e de acordar.
Avisa depois de rezar à Senhora cantando:
avé avé
avé Maria
avé avé
avé Maria
avé Maria
avé avé
avé Maria
Eu gosto de dormir sabendo que há um relógio que canta aqui ao lado.
Eu gosto de acordar com o seu canto e o seu bate certinho: um dois três quatro.
Isto no caso de ser quase hora do lanche, mas também assim se for um meio de noite.
E gosto de o ouvir com o sol a pique, ardendo, e ele muito certo, lá do alto, cantando o seu avé à Virgem, à Senhora.
Batendo em ritmo arrepiante de preciso e dormente:
um, dois três e por aí adiante até perfazer as doze.
Gosto de uma aldeia com uma torre e um relógio badalando as horas e a cada um dos quartos cantando o Avé à Senhora .
Vou dizer na minha terra que acertem os relógios das torres para baterem certinhos e cantarem assim como este, a cada quarto.
É uma alegria encontrar um relógio certinho cantando avés e sobretudo se é numa aldeia escondida na falda de uma serra com o mar ali quase ao fundo.
7 comentários:
Os relógios, os sinos da aldeia empuram o tempo que por vezes não corre. Hoje sou eu quem te oferece um conto ;)
http://mrspankhurst.blogspot.com/search/label/MANUELA
beijos
Não há nada como o relógio da igreja da aldeia, só e preciso que o carrilhão não fique muito perto.
Um abraço. Augusto
Escritora, mais uma excelente descrição típica de um dos marcos de uma aldeia.
Beijos
:)´a tua imaginação é pródiga. Eu leio e o meu pensamento povoa-se de imagens, umas existentes outras inventadas. Tu vês uma imagem e contas mil histórias.
Gostos dos sinos embora já não tenham a mesma função que tinham antigamente. Avisavam os trabalhadores do campo das horas de descanso e de saída do trabalho, tocavam a rebate em caso de incêndio ou qualquer outra desgraça onde toda a força braçal era pouca e todos respondiam à chamada ou ainda em caso de morte para se reunirem para a despedida.
Tudo se vai perdendo e agora o que se vê por quase todo o país são ainda os relógios de torre do "Cousinha" que por acaso eram aqui de Almada.
Também gosto de os ouvir se bem que com uma casa a uns 100 metros de um tenha sido dificil a adaptação, felizmente nem sempre estou lá. Habituar é fácil mas desabituar também :) e ainda por cima não toca nenhuma Avé.
Esta aldeia no meio do Alentejo não tem serra não tem mar mas tem a albufeira de uma barragem :) e é mesmo uma alegria ;)
Beijinhos, noite feliz.
"Tocam os sinos da aldeia..."
Algures numa aldeia do Douro, numa casa virada para o adro, onde impera a igreja seiscentista.. oiço o sino, nos seus quartos, meias e horas... Cortam o silêncio da noite, acordam o sono da manhã, despertam a fome do almoço... e assim pelo dia fora.
Tocam, tocam e o povo move-se ao sabor das badaladas. Ora aqui, alí ou além... é o sino que ainda gere o dia a dia.
O sino da aldeia...
Gostei.
Bj.
Boa noite,
Gosto de escutar o galo pela manhã, do chiar do carro de bois… gosto do cheiro a hortelã, de ver passar as moçoilas com cântaro à cabeça. Sra. Maria já deitou as águas.
Que recordações trazem à lembrança as Avé Maria rezadas ao sinal do sino.
Os tempos são outros e na minha freguesia foram proibidas as avé Maria. Dizem que os sinos incomodavam.
Como sempre é uma verdadeira delícia visitar a amiga.
O blog está lindo, Avé Maria
Rogério
A D. Seilá não se importa de ir receber um prémio que tenho lá para si?
Agradecida.
beijinhos
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