segunda-feira, 12 de março de 2007

para ti

Se a felicidade fosse assim alguma coisa
Uma essência
Se ela existisse, própria, independente
Designada apenas a cada um da gente
Se fosse assim buscável
Se existisse num longínquo canto deste mundo
Numa toca de esquilo, num recife
No bojo de arredondada rocha
Entre cristais de mina
Se ela estivesse formando estalactite
Se vogasse à deriva por um rio
Qualquer que fosse o modo de existir
Eu correria a buscá-la
Traria, de onde a encontrasse
Um pedacinho dela
O necessário que eu soubera
Por torrentes, por ventos e desertos
Por mares ou florestas
Sem receios
Aconchegada no seio
Desse longe onde estava, eu traria
Envolta em seda
Enrolada em folhas de amoreira
Coberta de uma nuvem que o céu soltasse
Esvoando numa gaze transparente
O que eu assim traria,era
O pedacinho que os deuses esconderam
A felicidade que eles te dedicaram
Colocaria toda inteira no teu peito.




9 comentários:

wind disse...

Escritora, está belíssimo.
Era bom que se pudesse fazer como escreveste com as tuas maravilhosas palavras:)
beijos

VdeAlmeida disse...

Bela poesia, Seila. Já tinha saudades :-)

Gi disse...

Consigo visualizar cada quadro que constróis com as palavras. Belíssimo poema Seilá. Também assim consegues colocar um bocadinho de feliciade no nosso peito.
Obrigada por isso.

Beijinho

Amaral disse...

Se a felicidade existisse assim como um bichinho aninhado num colo quente e quieto, se um pedacinho estivesse suspenso no ar, como uma cereja na árvore ou um bago na videira, os deuses tinham aberto os céus de par em par...

Anónimo disse...

Está lindíssimo. E mais não digo, que não quero estragar... Beijo!

éf disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
éf disse...

eu gosto é de poesia kitschunga. esta é séria.

Alberto Oliveira disse...

... quem espera sempre alcança. E como eu sou um gajo paciente... sabia que um dia destes me darias qualquer coisa. Este pedaço de felicidade está óptimo! tens mais um bocadinho?!

Belo poema!

Um óptimo fim-de-semana!!

Isaac disse...

Não há sacrifício que resista à força inesgotável do amor...

Maravilhosamente Divino...

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein