quinta-feira, 14 de julho de 2005

simplesmente

Já fez uma semana que, numa capital da Europa, numa cidade do Ocidente, manhãzinha detonaram bombas em locais de gentes que acorriam, simplesmente, ao seu local de trabalho ou a um hospital, ou, ou...simplesmente apanhava aquele transporte público que, no instante em aquela pessoa- muitas aquelas- se dirigia simplesmente para o seu trabalho ou, ou, ou, o estrondo aparecia e o pavor e os gritos e o sentir que está numa armadilha e o sufoco e a saudade e o não saber respirar e o desrespirar e o morrer sentindo que se morre e ai que vou morrer e passam por cima dele sem lhe ver que passam e querem se salvar e são muitos num medo que é mais que medo e é sempre crer que se pode e já não pode a dor ensanguentada e o rir pensando em alguém amado e o chorar e o grito muito gritado de pavor ou se aquele consegue um vislumbre de sair daquele morrer e ...
Não eu não tenho o direito de assim narrar... já faz uma semana e silenciaram dois minutos por alma...
E faz uma semana e eu interrogo-me: PORQUÊ?
E gostava de obter resposta. Gostava.
Mas já fizeram tantas outras, muitas semanas, de outros tantos, muitos, rebentamentos em outras capitais do ocidente e menos aí que em capitais do oriente...fizeram semanas...nem acaba de fazer uma semana de um e está outro acontecendo e nem que têm tempo de tentar respirar.
E eu, de todos antes de há muito me venho a interrogar: PORQUÊ?
Simplesmente, eu, muito simplesmente me respondo:
Pior que não acreditar em sei lá eu bem o quê, é acreditar muito, mas mesmo muito em sei lá bem eu o quê. Será?!Poderá a grande crença que cega ser resposta aos meus interrogares?
Sei que, para mim, muito simplesmente eu, digo:
Acreditar muito completamente, mesmo muito, é acreditar na Vida nas suas múltiplas formas e em tudo o que a preserva e envolve e dignifica.
(Mesmo assim, um acreditar com a ressalva de não sabermos tudo de uma maneira definitiva e termos que ir pensando e crescendo uns com os outros. )
Tudo, e todos, o que contraria a Vida, seja de que seja o seu justificar, anda agindo errado no meu simples modo de ver.

13 comentários:

Anónimo disse...

Já não interessa contabilizar as vítimas, quer no Ocidente quer a Oriente, apenas registar a hipocrisia.


blogquisto

Conceição Paulino disse...

Tmb há muito me interrogo e as respostas nunca me satisfazem...Só sei k doi. E tu falas muito bem desta questão, sem raivas, só com sentimento e emoção.Bj grande ebom f.s

Anónimo disse...

Estou chocada com tudo isso :(

wind disse...

Tens razão. Todos os dias morrem inocentes. Há uma semana em Londres, anteontem em Bagdad crianças. Não há um fim nisto enquanto houver fanatismos de um lado e interesses económicos do outro. Enquanto isso cada vez mais vai morrendo gente, e não há um fim. Bom post! beijos

Anónimo disse...

Sempre que posso dou um pulinho aqui, as vezes não deixo "marcas" é certo, mas não me esqueço de ti...
PArabésn pelo aniversário do blog, fico muito feliz que as palavras estão a completar anos...
Beijos e vê se não some tá?
Respondi ao seu comentário no meu canto.

Te adoro!

5 Pontas disse...

Apenas posso deixar este pensamento: http://5pontas.blogspot.com/2005/07/quem-semeia-ventos.html

BlueShell disse...

Nada pode justificar actos de violência seja contra quem for. Eu também me pergunto PORQUÊ!
E a resposta que me surge é sempre a mesma: por causa da ambição e vaidade do Homem!
Imperdoável!
Mil e um beijos e bom fds
Da
BShell

Anónimo disse...

Questão muito complicada esta... nem me atrevo a mexer nela, só sei que tem sido, até aqui, mal resolvida.
Beijinho grande.

Å®t Øf £övë disse...

Seila,
Vim para agradecer por teres participado no aniversário do "ABOUT LAST NIGHT", e por teres ajudado a soprar as velas.No entanto a festa ainda não acabou... porque faz precisamente 365 dias que a Ðä®k_Åñgë£ iniciou por lá a sua participação.
Bjs.

Nilson Barcelli disse...

Vou atirar-te com uma bomba...
Sabes que eu já me perguntei muitas vezes do porquê do terrorismo e de há muitos anos a esta parte.
Imediatamente antes do 25 de Abril eu era pela alteração do regime sem o recurso à violência. Acreditei na primavera Marcelista. Já depois do 25.4 vi que a violência, se bem usada, pode resolver rapidamente muitos problemas.
Na questão dos atentados do 11.9 para cá as perguntas continuaram e agudizaram-se. E acho que sei do porquê.
Para isso tive de me colocar na pele dos outros, dos que passam fome e vivem em condições miseráveis, quando ali ao pé passam rios de dinheiro em petróleo.
E concluí: se eu estivesse do outro lado, fosse muçulmano e vivesse como eles, eu seria terrorista, porque só com violência é que os países e as sociedades pobres farão com que a riqueza mundial seja melhor distribuída.
Eu acho mal o que eles fazem, mas eu faria o mesmo.

PS: Acho-te sem a vivacidade de outrora. Porquê? (Há tantas perguntas que fazemos (a nós próprios e aos outros, mas nem todas precisam de ter resposta...).

Beijinhos

Anónimo disse...

Tenha uma ótima semana querida...

Conceição Paulino disse...

eis-me de volta, amiga. Bjs

Anónimo disse...

Amiga Sei Lá, vivemos num mundo de fachada, de hipocrisia, longe vem
os tempos em que lobos e cordeiros voltarão a ser amigos. Beijinhos

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

desafio dos escritores
meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

ABRIL DE 2008
meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein