domingo, 27 de fevereiro de 2005

foto

se as visses hoje
se olhasses o céu de chuva em fundo
se caminhasses rindo ali comigo
se me desses a mão amigo
se olhasses as flores de amendoeira
as flores já fugindo sob o verde
afagando-te o cabelo sujo e pardo
se estivesses aqui olhando as flores...
mas de ti ficou-me este desenho d’arte
foto em cinzento como o céu de esta tarde

Víamos-te, certo
na esquina da cidade grande
eras tu a gente sabia
mas nada de quem eras a gente percebia
Quem eras ?!
Ficaste naquele suspenso gesto do teu Ser,
mas quem serias Tu?!
Inventando escrevi sobre quem?
Sobre Ti?!
Pecado ou Amor que molda em um os muitos
semelhantes todos...naquele tu que vi?!
Enquanto te invento, a pergunta dolorosa fica:
quem eras Tu?
E, sincera, suplico a esse Alguém que ousei reinventar:
Perdoa que te tenha assim feito Ser
Foi por a muitos todos querer amar
Foi por te sentir um tu pleno de um Amor
que poderias dar!



texto sobre a foto aqui

11 comentários:

Anónimo disse...

Hoje sou a primeira. Pois minha menina, está na hora de pensares em compilar todos os teus contos e procurares uma editora. Quis deixar isto escrito, mesmo agora, no blog da Lique mas não consegui.
Beijinhos.

Anónimo disse...

reforçando o que diz a Cecília, espero bem que tenhas o que escreves registado na SPA!

E agora toca a passar lá pela minha casota que a festa tá pra valer. Tamos com falta de xóriços, mas eu preferiria que tu trouxesses uns Don Rodrigos...
//(º_º)\\ um beijo da titas

sotavento disse...

Tantos são os caminhos trilhados ao contrário! Tantos os avessos do que poderiam ter sido!...

Nilson Barcelli disse...

O teu texto poético acaba por ser talvez mais um conto.
Escrito com mão profissional e madura mas com uma grande ternura.
Parabéns e obrigado por o partilhares connosco.
Beijo grande.

Nilson Barcelli disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Nilson Barcelli disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Nilson Barcelli disse...

Já arrumei a tua casa...
Só li a anedota no Sábado passado e como estava a ver a final da Sharapova... fiquei sem imaginação para mais nada.
Obrigado por a teres lido até ao fim...
Beijo.

António Botel disse...

nostálgico na pose e abandonado à sorte, quem sabe como é o trilho percorrido por cada um?

wind disse...

Nestes poemas só consigo sentir. Belíssimas fotos. beijos*

saltapocinhas disse...

Linda a tua amendoeira já com folhinhas à mistura!

Anónimo disse...

Ler o teu texto sobre esta fotografia lembra-me que, de facto, ele estava na esquina da grande cidade. Passei por ele dezenas, centenas de vezes antes de ter coragem para o fotografar. Há tanto tempo já. Vês o que me fazes? Fico assim. Marafada, pronto :) beijos

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

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meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

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ai meu Abril, meu Abril...




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"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein