quinta-feira, 25 de novembro de 2004

que dia é hoje?!!!

Hoje ...
Trocam-se-me as datas todas
Revolteiam-se números
Enrolam-se intricados nós
Apertam-se imprecisas cadeias
Hoje...
eu tenho a alma...
nem sei... está ela aqui ainda
ou se voou de mim
deste sentir de ferida
carne viva de Vida
Hoje...
Gritam por aí cantares
Oiço rufar tambores
vozes de multidão
megafones troando
na rua
bandeiras desfraldadas
Soam ecos surdos
Ecoam
Longe
Mal se ouvem
(escutem...ouvem?)
O calendário voou...agora
folha a folha
desabriu pela janela
revolteou no céu
(O céu ainda azul)
eu nesta confusão
de não saber dos números
(a quantos são?!)
Novembro...em eco oiço
doendo como antes
A jarra de cristal
e a panela de barro
estão ali em cacos
E os panos...
bandeiras descoloridas
Vermelho só o sangue...
... ainda corre quente
Hoje...
relembro...
havia um mês de Abril
depois um de Novembro...
...é impreciso...
é tudo muito longe...

(Que dia é hoje...então?! )


14 comentários:

wind disse...

Espectacular "hino" ao 25 de Abril de 1974. Não o podemos deixar morrer! beijos*

Anónimo disse...

"prantei" um ramo de cravos vermelhos na tua jarra de cristal (ainda que em cacos...)! e que bem que ficam!...

beijos

DonBadalo

Zadowsky disse...

Hola, estoy aquí por que vengo del blog de O microbio, el si sabe opinar, jijiji. Yo no hablo portugués, pero se entiende, Carlos ayúdame! Que es hojem?
Me gusto.
Saludos!

lique disse...

Por este lindo poema, por seres quem és e porque, se calhar, até faz sentido lembrar Abril em Novembro, deixo-te um beijão e um cravo (consegui um que ainda não murchou).

Anónimo disse...

Hoje? Hoje é um dia com recordações difusas de dia confuso, de noite de tentativa de resistência, de dias seguidos de angústia... grande poema minha amiga! Beijos.

Sonia Almeida disse...

Que coincidência... postei essa foto no meu bloguinho uma vez. ainda no sapo, quase há um ano. sim, porque o blog da menina faz um aninho... já este sábado. beijinhos

almaro disse...

Hoje é dia de Ser...
Qualquer coisa, mas Ser.
Desde que autêntico...
Estou a pensar na forma de Ser uma árvore.
Autentica!
Hoje é dia de Ser verde, o Outono que espere, terá o seu tempo, quando chegar, talvez seja dia de ser gaivota, dia de ser branco a voar, mas hoje sou todo raízes, com odores de terra húmida a reflectir a paleta de verdes que me vivem na alma…

Sonia Almeida disse...

ó minha cara amiga, tem toda a razão na reclamação que faz. eu realmente sou muito de visitar blogs, mas pouco de os comentar. mas eu não comentei por me teres "roubado" a imagem. elas estão na net à disposição de todos. apenas gostei da coincidencia da mesma foto ter ilustrado sentires tão diferentes. e foi um modo de dizer a uma das minhas leitoras mais fieis que eu ia fazer aninhõs. ;-)
um beijinho grande e bom fim de semana

Anónimo disse...

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
(...)
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

Em 1978 Chico Buarque emocionou-nos com esta pérola...Façamos como ele sugere e tu ousaste, Seilá, cantemos a primavera! Sabemos que a tal semente existe!

Dora
www.atrasdaporta.blogs.sapo.pt

eli disse...

Oláaa!!!
Faço minhas as palavras da Lique. Conservo o mesmo cravo, ainda viçoso, e é o que me vale. Como poderia de outra forma fazer frente a estes estafermos engelizados? (parece-me que acabei de inventar uma palavra...)

PS - Já recebeste os mails?

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Bela lembrança,ainda bem que lembrou, pois ha certas datas que começam a ja começam a ficar esquecidas. Bom Fds beijinho*

Anónimo disse...

{ ... de 25 [cravos] eu não gosto, gosto sim destas 25 [folhas] de Outono © de[mente] ... }{ beijos* }

Jorge Castro (OrCa) disse...

Só hoje me chego a ti, que andei por outras paragens e noutras lutas...

Cheira a cravos, o teu jardim. As pétalas dos cravos são folhas de calendário que só dão Abril e mais Abril, nos teus canteiros.

Não podia deixar de cá vir... Não sei, parece que a proximidade do inverno nos traz mais ânsias de perfumes. Ouço a festa nas ruas, também. Uma procissão de liberdades. Das melhores, as partilhadas a troco de quase nada. Megafones, tambores, cantares, a alegria/urgência de ser e de estar e se anunciar aos quatro ventos...

Abril, sim, é sempre que um homem quiser!

Um beijo!

(O próximo encontro da Associação deverá ser no dia 25 de Janeiro. Haverá poesia. Gostaria de contar contigo...)

adoro estes espectáculos - este é no mercado de Valência

desafio dos escritores

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meu honroso quarto lugar

ABRIL DE 2008

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meu Abril vai ficando velhinho precisa de carinho o meu Abril

Abril de 2009

Abril de 2009
ai meu Abril, meu Abril...




dizia ele

"Só há duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. Mas quanto à primeira não tenho a certeza."
Einstein