Carregada de palavras
gorda de dizeres
abraçada de silêncios
apetecida de dormires profundos
de acordares vagarosos
de manhãs previsíveis
de entardeceres acabados
esvoaçando para escuros de sossego
esvoaçando para amanhãs novos
Apetecida de descanso...
o descanso da alma
o descanso que não se apraz com não fazer
o descanso da paz
o descanso de estar em descanso
Emagrecer de palavras
Engordar de silêncios de já ditos
abraçada de palavras sussurradas
inventadas...nunca ouvidas
Sossegar sossegadamente
Farta da palhaçada das palavras
Cansada da algaraviada
Silêncio
Calar-me a mim
Desouvir-me
ficar apenas o silêncio
com os ditos em fundo
e apenas sussuros e música
Nada de estrondos
nada de TV
nada senão o mar mesmo em tempestade
a chuva mesmo em telhado de zinco
o tilintar das chaves no chaveiro
E as portas abrindo e fechando sem ruído
nada de torneiras a pingar
nem autoclismos avariados
nada de colheres a raspar pratos
numa mesa cercada de silêncios
nada de campainhas...telefones...telemóveis
Fugir dos meus ruidos
sair do barulho que me faço
rebentar os silêncios silenciosamente
e depois falar em surdina
.....
a antecâmara da morte?
a sala de visitas de um manicómio?
Talvez apenas...
apenas a busca de mim
sossegada
17 comentários:
De nada vale fugir...que eu sei...
Senti a tua ausência.
Bjs
Estás a refnar a tua poesia... digo eu que sou ignorante nestas matérias. Mas sinto isso e gosto daquilo que escreves. Beijinhos.
Voltei...
Obrigada pela tua visita...mas desta vez não posso ir...já o disse no "Catedral"...
Sorry...mas pensem em mim ...eu estarei pensando em vós e no que estarei a perder...
Bjs
Bonitas estas palavras :-)
Também eu por vezes dou por mim assim...
Beijo
...eu não me passei...alguém "entrou" e fez aquela coisa toda...iamgino quem seja mas nada posso fazer...
beijo
Olha, adorei o teu poema, estás a encontrar dentro de ti uma forma de poesia muito bela e muito tua. Mas o que te vim dizer, minha safada, é que me inscrevi no jantar. E a culpa é tua... Beijinhos
Vou, pela vida, poetando... Não presumo ser erudito-literato, nem de perto, nem de longe. Gosto ou não do que leio/vejo assim à flor da pele. Gostei deste teu poema, em que alguma ironia também "marca o ponto". Pronto, gostei. Mostra-nos mais. Beijos.
Olha ó mar... ;) só por teres conseguido que aquela preguiça da Lique se desloque ao jantar mereces, mereces... eu seilá, LOL. Depois penso no que mereces. bjs
grato pelo convite! e sem "salamaleques", gostei do poema!
DonBadalo
Olha Dom Badalo não sei encontrar-te aqui fica o que poria no teu blog:
Obrigada pelo elogio, mas aquelas palavrinhas ..(poema?!) saem assim ao sabor do momento sem mais...saem...Gostam? pois ainda bem! rss... a mim doem (rsss)algumas doem que se fartam!!!
Abraço"
Voltei! Toda a gente a mudar de casa! Qq dia fico sozinha no sapo! Tenho que me ambientar à vossa nova imagem!
http://sunshine.blogs.sapo.pt/
http://pequenitos.blogs.sapo.pt/
Quanto ao jantar, não é que Lx seja longe, mas agora não dá jeito! Quem sabe noutra altura!
http://sunshine.blogs.sapo.pt/
http://pequenitos.blogs.sapo.pt/
o poema ganhava com uma maior confusão ordenada de ruídos e metáforas. Se é o silêncio que se procura que se enuncie o que o demonstra, como o branco de uns ossos humanos (sigo jorge de Sena, e o seu poema sobre o silêncio, pois «nada mais peço que o silêncio», dizia o poeta ao seu deus). até breve! (willnow).
Gosto do que escreves:) wind
Andas a dar-me a volta à cabeça com a história do jantar... é hoje o último dia para as inscrições ?
Belo "jogo" de palavras (não) silenciosas. wind
"Apetecida de descanso...
o descanso da alma
o descanso que não se apraz com não fazer"
O mais difícil! Onde a paz é algodão; mas a "a leveza so ser, é insustentável"...
Kiss
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