19.2.19
hoje que o Liceu Salvador Correia aniversaria, pergunto
quem seria o moço?!
à porta do ginásio, o cortejo a organizar-se e eu sem par...
o rapaz disse: queres dançar comigo?
nunca o tinhas visto, que o liceu era grande...
e se bailar nem era, e nunca foi, meu jeito, ficava bem ir no cortejo, abrir o baile, ter um par como as que tinham combinado, antes, com irmão, amigo, colega ou namorado...
as que tinham ido aos ensaios a que eu não tinha ido...
aceitei o convite...
o ginásio enfeitado, as luzes, a música, as mesas...
tanta gente...
e os nossos vestidos lindos
todos eles pensados tantos dias antes em descrições na sala das alunas
e, lá em casa, o tecido azul já cortado no que haveria de ficar jeitoso e durar anos e anos, coisa de boa qualidade daria, de um pedaço que terá sobrado, novo, ainda com brilho, umas rosas que entretanto debotaram...
quem as fez foi artista como era a minha mãe que, com paciência, moldou aquele tecido num vestido...
decotado, pedia eu, e ela: olha-me o teu pai…
ficou decotado em redondo, parco na frente e bem ousado nas costas, coisa que ainda gosto: decotes atrás é um barato!
e lá fui rodopiar com o moço, o tal de que não sei o paradeiro
se eu nem o nome lhe terei sabido
o rapaz que nem dançaria coisa que se visse e nem teria namorada que o tivesse acompanhado, a rodar sempre para o mesmo lado e eu...
já almareada, a querer que fosse pesadelo e acabasse depressa aquela valsa...
o rapaz disse: queres dançar comigo?
nunca o tinhas visto, que o liceu era grande...
e se bailar nem era, e nunca foi, meu jeito, ficava bem ir no cortejo, abrir o baile, ter um par como as que tinham combinado, antes, com irmão, amigo, colega ou namorado...
as que tinham ido aos ensaios a que eu não tinha ido...
aceitei o convite...
o ginásio enfeitado, as luzes, a música, as mesas...
tanta gente...
e os nossos vestidos lindos
todos eles pensados tantos dias antes em descrições na sala das alunas
e, lá em casa, o tecido azul já cortado no que haveria de ficar jeitoso e durar anos e anos, coisa de boa qualidade daria, de um pedaço que terá sobrado, novo, ainda com brilho, umas rosas que entretanto debotaram...
quem as fez foi artista como era a minha mãe que, com paciência, moldou aquele tecido num vestido...
decotado, pedia eu, e ela: olha-me o teu pai…
ficou decotado em redondo, parco na frente e bem ousado nas costas, coisa que ainda gosto: decotes atrás é um barato!
e lá fui rodopiar com o moço, o tal de que não sei o paradeiro
se eu nem o nome lhe terei sabido
o rapaz que nem dançaria coisa que se visse e nem teria namorada que o tivesse acompanhado, a rodar sempre para o mesmo lado e eu...
já almareada, a querer que fosse pesadelo e acabasse depressa aquela valsa...
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